quarta-feira, maio 04, 2011

"Maioria do PSD é indispensável"

PASSOS COELHO
Margarida Vaqueiro Lopes   e Alberto Teixeira
04/05/11 21:09
Líder do PSD volta a pedir maioria absoluta no dia em que Portugal conheceu o programa de austeridade da 'troika'.
Em entrevista à RTP, o líder social-democrata adjectivou de "necessário, difícil e duro" o acordo feito com a 'troika' como contrapartida para o resgate de Portugal, mas notou que "estamos numa situação de penúria, em que a partir de Maio não temos condições para assumir compromissos".
E "quando se precisa desesperadamente de um apoio financeiro, a margem de manobra é má", sublinhou.
Na mesma ocasião, o responsável notou ainda que os 78 mil milhões de euros que Portugal vai receber "é rigorosamente o preço do endividamento dos últimos seis anos", responsabilizando o Governo de José Sócrates pelo actual nível de dívida pública.
"Em 2005 tinha uma dívida publica de cerca de 80 mil milhões de euros, e agora é de cerca de 160 mil milhões. Estes 80 mil milhões são uma factura que José Sócrates deixa", afirmou o responsável.
Pedro Passos Coelho referiu no entanto que este acordo, apesar de duro, "contempla cum conjunto de medidas importantes que funcionarão para fazer crescer a economia". E considera que "tem à partida melhores condições de sucesso do que aquele que foi feito com a Grécia, porque houve a preocupação, notoriamente, na 'troika', de colocar o foco na questão do crescimento".
Mas deixou o alerta: "Portugal precisa de cumprir religiosamente este acordo para poder financiar-se já no segundo ano [de planificação]. Não há, portanto, espaço para falhar objectivos."
"Ainda bem que o PEC IV foi chumbado"
"O PEC IV já não existiria neste momento se tivesse sido aprovado. O PEC IV não deixava margem para o crescimento económico. Ainda bem que foi chumbado", referiu ainda o líder social-democrata, que voltou a pedir uma maioria absoluta ao País, nas próximas eleições de dia 5 de Junho.
"Eu não vou deixar de dizer ao País que uma maioria absoluta é indispensável para haver uma mudança politica", salientou Passos.
Porque, recordou, "o que mais houve foi entendimentos com o PSD desde que Sócrates perdeu a maioria absoluta. Sabe o que aconteceu?: o Governo nunca cumpriu o que acordou, nem com o PSD nem com a União Europeia. E um Governo que se compromete com um resultado mas não luta por ele e não o entrega, não tem confiança", afirmou.
"Se pensarmos no que temos para cumprir nos próximos três anos, e se tivermos um Primeiro-ministro que vai, deliberadamente, continuar a omitir a situação do País, acha que os portugueses estarão tranquilos?", rematou.
E, assumindo que entre a campanha eleitoral e o dia da decisão, ainda há muito trabalho a ser feito, Passos Coelho garantiu, no entanto, que "se alguma coisa não correr bem, não será por culpa do eleitorado mas porque eu não estive a altura das expectativas".
O líder do PSD disse ainda que não quer "ser Primeiro Ministro a qualquer preço. Quero ser Primeiro-Ministro para que o País não volte a estar na situação em que está".
É que, explicou, "enquanto o Governo acha que o superior interesse nacional obriga a ocultar as coisas, de forma a ninguém perceber que precisa de ajuda e que não há dinheiro, o PSD acha que o importante é a verdade".

 in sapo.pt

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