A noite do último debate correu bem a Passos Coelho.
21 de Maio de 2011, 16:02
por Francisco Sena Santos
Primeiro, pelo resultado das sondagens, uma da Intercampus e outra da Aximage:
Os dois estudos de opinião põem o PSD na frente, ainda que com avanço tão escasso (1,6%) sobre o PS que mantém os dois partidos rivais no campo de empate técnico.
Mas estas duas sondagens no final da pré-campanha, juntas com outras seis conduzidas neste mês de Maio, compõem um cenário que leva o perito Pedro Magalhães a afirmar “sob certos pressupostos” que a vantagem do PSD “é pequena mas estatisticamente significativa”. É relevante notar que nesta série de sondagens da Intercampus para o Público e a TVI , o PS, há apenas uma semana, surgia na frente, com a vantagem de 2,9%. O estímulo de agora para o PSD é, no entanto, contrariado por um dos resultados da sondagem Aximage para o Correio da Manhã : o PSD segue na frente das intenções de voto, mas o PS lidera na resposta à pergunta sobre quem vai ganhar as próximas eleições. Este é um dado relevante para sinalizar dinâmicas de vitória.
Conhecidas as sondagens, veio o debate final. Foi, como destaca o Público , um debate “dominado pela troca de culpas na crise política e financeira”. Um debate “equilibrado que dá ânimo a Passos Coelho”, aponta o Diário de Notícias numa síntese que acompanha a do I : “o exame correu bem a Passos Coelho”
É sabido que os debates costumam ser o que os comentadores dizem que foram. Miguel Sousa Tavares, na SIC-Notícias , foi fulminante: “Sócrates esmagado”. É a opinião que prevalece no percurso blogtrotter. Anotemos algumas das opiniões na blogosfera:
- “Passos surpreendeu o país, Sócrates perdeu o debate e perdeu as eleições” (escreve rui a, no Blasfémias).
- “O factor novidade da noite foi Pedro Passos Coelho, que surgiu muito confiante e com uma postura que ainda não lhe tínhamos visto nestes debates" (Nuno Gouveia, no 31 da Armada).
- “O primeiro-ministro mostrou-se, mais que nunca, esgotado e sem ideias. Passos Coelho tem motivos para estar satisfeito” (Pedro Correia, no Delito de Opinião).
Luís M Jorge, também no Delito de Opinião, admite que nunca imaginou escrever isto: “Passos Coelho ganhou o debate”.
Ricardo Schiappa, no Esquerda Republicana, nota que Passos Coelho apareceu “muito mais agressivo que o seu estilo habitual”.
Em suma: tudo está em aberto, mas Passos Coelho entra nas duas semanas decisivas com perspectivas bem melhores do que as que tinha há oito dias.
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